quinta-feira, 8 de março de 2012

DEVANEIOS


Vou fazer dieta!

Preciso arrumar meu quarto,

Lavar a roupa, fazer as unhas, arrumar as coisas...

Quero fazer fotografia.

Quero fazer mestrado.

Quero tudo organizado e não tenho muito tempo

Para ler um bom livro e freqüentar aulas de ballet.

Sempre quis aprender francês, italiano e latim.

Gostaria de entender Picasso e um pouco mais de Neruda,

De ouvir Buarque se o barulho... Deixa.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Canção para os dias de sol!


Não quero muito mais que quentes e lindos dias de sol!

Sol pra corar o rosto e sentir calor,

Aquecer as mãos, os pés, a barriga!

Um pouco de sol que quebre o gelo que causou o inverno!!!

Não preciso de muito mais nessa vida

Que canções para os dias de sol!

Nada do frio ou da sobriedade das vestimentas

Quero roupa fresquinha, chinelinho ‘havaiana’!

Sorvete, água de coco, banho de mangueira!

Quero frescor e alegria

Daquelas que a gente só tem nos dias em que

O sol estampa sozinho o céu, sem uma nuvenzinha se quer!

Quero a luz cobrindo a paisagem

Que venha logo a primavera!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Verdadeiramente...

O importante nessa vida é ser feliz! Verdadeiramente!

Mais um ano que passou? Que nada, não foi só isso! Vivi muita coisa nesse tempo, acrescentei mais experiência, compartilhei amor, trilhei mais um pouco do meu caminho...

Vejo hoje que não me sinto diferente por contabilizar mais um ano... Sinto-me mais feliz sim! Ao longo dos anos vejo diferença no amadurecimento e na formação das ideias e opiniões. Sinto falta de algumas coisas que não são mais, mas sou muito grata pela permissão das mudanças, pela possibilidade da evolução constante.

Agradeço todo dia pela luz que meus olhos vêm, pelo barulho que chegam aos meus ouvidos, por poder tocar as coisas... Por viver mais um dia sob a graça! Além das coisas materiais sou imensamente afortunada por tudo que me é permitido.

Quanto à idade? Sem problemas, envelhecer faz parte da vida e tem lá seu charme. Quero, no mínimo, o dobro e muito mais!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O Essencial é Invisível aos Olhos

Relendo “O Pequeno Príncipe” (ta, podem dizer; “ora Simone, isso é livro de criança!”) me peguei pensando nessa máxima da raposa para o principezinho, revelando que o que importa é o que o coração diz. “O essencial é invisível aos olhos”. Observando uns fatos do cotidiano posso dizer, realmente!

Importamos-nos tanto com quantidade nessa vida que deixamos passar a qualidade dela. Quando era criança enxergava as cores de outra forma, as formas de outro jeito, via tudo com outros olhos. A gente perde esse hábito de ver o mundo pelos olhos delas.

A gente cresce, aprende coisas novas, encontra muita gente, faz um curso profissionalizante, vai pra faculdade, arruma ou não emprego... E a magia fica em algum ponto do caminho!

“As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que coleciona borboletas?" Mas perguntam: "Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado..." elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"”. “As pessoas grandes são estranhas” (Antoine de Saint-Exupéry)

Às vezes me pego olhando as crianças e tentando perceber o que causa tanto espanto numa formiga ou porque elas simplesmente ‘enlouquecem’ com árvores frondosas. Qual a graça que elas vêem em rolar na grama ou brincar na terra? Perdi mesmo a magia pelo meio do caminho? Amadureci?

Volta e meia me coloco entre elas e faço-me viajar nas suas brincadeiras. Posso finalmente ver além de um chapéu, vejo “o elefante dentro da jibóia”, isso me faz sentir a magia por perto outra vez. Vejo o mundo de outra forma, muito mais colorida!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Espiral do Tempo


E esse tempo que me resta

De forma absurda passa sem padrão ou medida...

Vão-se embora todas as horas...

Vai-se o tempo de menino.

Vai-se embora a brincadeira

O tempo de ‘senhor’ chega

O grisalho, os sulcos na pele, a decadência...

Esse tempo que me resta

Hora passa lento, hora feito bala.

Espiral do tempo que não pára

Indo e voltando relembro e não revivo muito as coisas.

Nesse tempo que me resta,

E não sei bem quanto tempo é,

Penso muitas coisas e talvez a que me tire mais o sono

Seja mesmo o próprio tempo,

Esse presente impagável.

Devo aproveitá-lo bem, de muitas formas, torná-lo produtivo

Dedicá-lo aos que me são caros,

Devo fazer tanta coisa desse tempo limitado

Desse bem tão precioso

Desse espaço que chamo vida!


(Foto: Josemar Damasceno)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O que é? O que é?

O que é tudo isso que transformamos em crença? O que é isso tudo em que acreditamos?

O que é?

Conta para mim se é verdade todas essas coisas que mamãe me ensinou desde criança. Manga e leite quando juntos fazem mal?

Conta para mim se as cores que vejo são reais ou se são distorções dos meus olhos pequenos olhos verdes.

Por que me ensinaram a acreditar em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa se era para saber que eles não existem?

Explica-me então por que continuo a ensinar isso as crianças que ensino se quando elas descobrirem a verdade sentirão o mesmo que eu senti?

Por quê?

Somos moldados, não ensinados, e passamos isso adiante. É estranho! Essas regras, essas crenças todas, toda essa 'formação' que recebemos.

Entregam-nos tudo pronto: como devemos nos portar, em que devemos acreditar, de que forma manifestamos nossas crenças...

Quando estaremos prontos para saber a verdade de todas as coisas?

Existe essa tal de verdade para todas as coisas?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Acúmulos

Passam os dias, somam as semanas, viram os meses e derrepente: mais um ano findando.

Levamos nossas vidas numa boa repetindo e transformando em rotineiras todas as coisas, adiando alguns desejos, desejando realizar alguns sonhos... E o que nos sobra disso tudo? Saudade.

Sem exageros, da vida que não vivemos, dos amigos que não vemos há tempos, de momentos, canções, sonetos, retratos, músicas... Do encontro com a moçada, dos colegas...

Levamos muita saudade nessa vida. Uma mala cheia dela que vai se arrastando junto com a gente, acumulando, pesando. Saudade que vai crescendo conforme as coisas todas vão acontecendo.

A ausência das coisas, das pessoas e tudo mais. A distância dos queridos, dos desejos. O silêncio que perdura. Saudade dói e mais que todas as outras dores desse mundo.

Sentir saudade é como ter o coração arrancado do peito. É um nó na garganta que não passa.